domingo, 9 de maio de 2010

As emergências chegam a ser problema de saúde pública

Dr. Ricardo Bravo, clinico geral, é natural do Chile, e está atendendo na emergência da Santa Casa de Fortaleza desde outubro de 2009.

Segundo o médico, os casos de hipocondríacos estão divididos em dois grupos, o falso hipocondríaco, aquele que ingeriu bebida alcóolica no fim de semana e chega no dia seguinte dizendo que está passando mal. Temos muitos casos também que o paciente chega para uma consulta quando precisa viajar e quer atestado médico, embora não tenha doença alguma. Quer um atestado gracioso. O Dr. Ricardo informa que é muito difícil enganar o profissional. E explica que, no momento em que a pessoa que será consultada abre a porta do consultório, a consulta já está sendo feita, pela linguagem corporal, pela forma de comunicar seus sintomas, faz mais ênfase no atestado do que na doença.

E existe o verdadeiro hipocondríaco. Este precisa, realmente, de tratamento psiquiátrico. É comum nesses casos o paciente ter depressão. Eles chegam com doenças multiplas imaginárias, sintomas desconexos como, por exemplo, se queixam de estar com dor no ouvido. Em seguida, diz que a dor está localizada nos pés, ou na barriga, migra para a cabeça, e assim por diante. Segundo Bravo, esses casos normalmente são de pessoas de sexo feminino.

Esse número, pelo volume, chega a ser um problema de saúde pública. O atendimento nas emergências hospitalares deveriam passar por uma triagem, que fosse feita por um profissional de enfermagem, para que, a partir daí, passasse a ser otimizado o serviço. Muitos casos não deveriam estar sendo atendidos por um clinico geral, ou por um médico emergencista. Além disso, temos cerca de 30% dos atendimentos, que são casos de ortopedia e não emergência, isso sobrecarrega o atendimento, e atrasa a consulta de quem realmente está precisando de um atendimento de emergência.

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